Cronologia das Termas de Luso

História

Séc. XVIII

1726
Recebemos a notícia no “Aquilégio Medicinal” (1º. Inventário das águas minerais portuguesas), da autoria do Dr. Francisco da Fonseca Henriques, da existência de um “(...) olho de agoa quente, a que chamão o Banho  ...”

Apesar do aproveitamento terapêutico do “Banho” se verificar somente meio século mais tarde, já nesta altura, o Dr. Francisco da Fonseca Henriques refere-se ao olho de água quente como sendo uma água terapêutica, com poderes medicinais.

1775
Data a partir da qual se terá usado o “Banho” para curar doenças de pele. Na “Notícia dos Banhos de Luso”, da autoria do Dr. António Augusto da Costa Simões, constatamos que a descoberta das virtudes terapeutas da água deve-se “(...) a um médico daqueles sítios, assistente na Lameira de S. Pedro, José António de Morais, clínico distinto, que dalli foi chamado ao Paço, e curara duma molestia grave a Srª D. Maria I que o brindou com o hábito de Cristo, com o privilégio da Casa Real, e com as honras e ordenado de Lente da Universidade".

Foi este médico que para ali encaminhou os primeiros doentes em 1775, pouco mais ao menos; fez os primeiros ensaios das molestias cutâneas.

1779
“Fr. Christovão dos Reis, carmelita descalço, e boticario no convento de Braga” escreve sobre as águas dos banhos de Luso na sua obra intitulada “Reflexões experimentaes methodico botanicas”.

Séc. XIX

1846
O cirurgião Agostinho Dias da Graça, “(...) membro correspondente da Sociedade das Sciencias Medicas de Lisboa, académico honrário da Real Academia das Sciencias de Cadiz, do Logar e freguesia de Paradella...”, admirador incontestável das potencialidades terapêuticas da Água dos Banhos de Luso, propõe à Câmara Municipal da Mealhada, a construção de um edifício que ofereça melhores condições de higiene e funcionalidade dos Banhos de Luso:

“(...) há mais de vinte anos, que eu tenho mandado para os banhos de Luso, no districto deste julgado, doentes com molestias de pelle, que tinham resistido a todos os remedios mais energicos, que a arte tem recomendado; e foram dos ditos banhos perfeitamente curados, sem que até agora tenham recaído.

1850
O Dr. António Augusto da Costa Simões realiza, pela primeira vez, uma análise química à água do Banho de Luso.

1852
D. Maria II, que se encontra de visita à mata do Buçaco, em 28 de Abril, doa 100$000 rs para as futuras instalações dos Banhos.

Em 25 de Agosto, por iniciativa do Dr. António Augusto da Costa Simões, Dr. Francisco António Diniz e Dr. Alexandre Assis Leão, é fundada a “Sociedade para o Melhoramento dos Banhos de Luso”. A representar a Sociedade encontramos:

“(...) - presidente, o sr. António Luiz de Sousa Henriques Secco - thesoureiro, o sr. Francisco José Gonçalves de Lemos - secretario, António Augusto da Costa Simões - directores, os snr. Francisco Antonio Diniz, Alexandre de Assis Leão, Gonçalo Tello e Basilio Botelho de Lacerda Lobo.”

1853
Os Estatutos da Sociedade Para o Melhoramento dos Banhos de Luso são aprovados em Assembleia Geral de accionistas em sessão de 27 de Agosto e confirmados por “Alvará Régio” de 21 de Dezembro.

- O capital social da Sociedade é de 3.000$000 se 10$000 réis cada uma...”

1854
Em 22 de Julho inicia-se a construção das novas instalações hidroterapêuticas.

Este novo estabelecimento compreendia nove quartos de banhos com duas banheiras cada um, num total de dezoito banheiras. Estas banheiras eram forradas de azulejos e as torneiras “tanto de encher como de vazar” eram de porcelana da Vista Alegre.

As banheiras circundavam a nascente, ou seja, o reservatório ou a mãe d’água e as paredes do reservatório “(...) assentam numa rocha de formação carbonífera de Buçaco... e todas as nascentes dos banhos saem désta rocha em diferentes pontos do mesmo reservatório. As suas paredes são revestidas de cantaria da mesma formação carbonífera; e são ainda desta rocha os canos, que atravessam a espessura das paredes, por onde passa a água do reservatório para as banheiras. Uma abobada de tijolo cobre todo o vão do reservatório ou mãe de água”.

1855
É elaborado o 1º Relatório de Contas da Sociedade para o Melhoramento dos Banhos de Luso, referente ao ano de 1854, que só mais tarde, em 1859, é publicado na “Notícia dos Banhos de Luso”.

1856
Inauguração, a 1 de Junho, das novas instalações hidroterapêuticas.

1861
O Dr. Francisco António Diniz, um dos fundadores da Sociedade para o Melhoramento dos Banhos de Luso, promove um espectáculo, que rende 30$000 réis, para a angariação de fundos destinados à compra de um piano para entretenimento dos banhistas.

1866
A empresa recebe outro donativo do Sr. Manoel Ferreira d´Azevedo Júnior, Barão de Luso, agora residente em Portugal e presidente da Direcção da Sociedade: “ (...) tão mimoso presente…Consiste n’uma banheira de crystal mandada vir de Paris”.

1884
O Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro, apoia e promove o desenvolvimento de Luso, através de diversas medidas, entre as quais a construção de duas escolas, um posto de correios, abertura de ruas e avenidas na vila.

1893
Este novo edifício, de uma ornamentação lindíssima, tinha “(...)segundo especialistas ... uma das piscinas mais belas da Europa”, projectada pelo célebre arquitecto francês Gustave Eiffel.

Séc. XX

1903
O Dr. Charles Lepierre realiza pela primeira vez, uma análise bacteriológica à Água Termal de Luso e classifica-a de “Água muitíssimo pura”.

1909
A pedido da Direcção da Sociedade, o pintor Luciano Freire, professor da Academia de Belas Artes, pinta quatro quadros a óleo, imortalizando desta forma os três fundadores da Sociedade Para o Melhoramento dos Banhos de Luso (Dr. António Augusto Costa Simões, Dr. Alexandre Assis Leão, Dr. António Francisco Diniz) e também o ilustre impulsionador da vila de Luso, o Conselheiro Emídio Navarro. Estes quadros podem ser vistos actualmente no Casino.

1910
Em vésperas do fim do regime monárquico, o rei D. Manuel II vem passar as suas férias de Verão à bucólica mata do Buçaco. Nestas férias, além dos longos passeios pela mata, o rei desloca-se à bonita vila de Luso para fazer tratamentos termais.

1916
Os novos estatutos para a Sociedade da Água de Luso, S.A.R.L., são aprovados e publicados no “Diário do Governo” de 22 de Dezembro, substituindo desta forma a Sociedade Para o Melhoramento dos Banhos de Luso.

O 1º logótipo da empresa, que vigorará até 1938, surge pela primeira vez no Relatório de Contas Anual.

1924
O contrato de arrendamento acordado entre a Sociedade da Água de Luso e o Casino Peninsular da Figueira da Foz cessa, passando a Sociedade a explorá-lo directamente.

1925
É construído um edifício destinado ao engarrafamento de Água de Luso e Serviços Administrativos da Empresa (edifício sede).

1930
No Casino procede-se a obras de adaptação e reestruturação de algumas divisões ficando o Café do Casino independente, tal como se encontra ainda hoje.

1931
O Arqt.º Pardal Monteiro elabora um projecto de transformação do Balneário Termal. Deste ambicioso projecto, que só terminará em 1937 com a conclusão das obras do prolongamento do Balneário, é de realçar a ideia original deste arquitecto, para a construção de um Emanatório sobre a nascente termal, que segundo registos da época, era único existente no país.

1938
A 10 de Julho procede-se ao 1º registo de marca do actual logótipo da empresa, inspirado na escultura do célebre mestre João da Silva. Foi aplicada na decoração da Buvete do Balneário Termal, pouco tempo depois da remodelação de 1934, onde ainda hoje pode ser apreciada. A Buvete encontra-se também decorada com um vitral rara beleza de autoria do artista Ricardo Léon.

1970
A Central de Cervejas, S.A. entra no capital da empresa, tornando-se accionista.

1997
De forma a adequar e modernizar o Balneário às exigências dos aquistas, a SAL inicia um amplo Projecto de Reorganização e Modernização das instalações, equipamentos e métodos no Balneário Termal.

2000
Registou-se uma evolução muito positiva no número de utentes do Balneário Termal, quer ao nível do Termalismo Clássico, quer em Programas de Curta Duração.

Séc. XXI

2010
Associação com a MALO CLINIC Health & Wellness, um prestigiado e internacionalizado grupo de Saúde e Bem-estar. Conclusão do projecto de requalificação das infra-estruturas e abertura da unidade MALO CLINIC Spa Luso – Thermal & Medical Spa, que imprimiu uma nova dinâmica ao complexo termal, associando a vertente de Termalismo Clássico a um conjunto alargado de serviços de Saúde e Bem-estar.

Balance Between Body,Mind and Soul